terça-feira, 4 de dezembro de 2012

STATUS X DIGNIDADE

Polêmica nº14
* O trabalho dignifica o homem

A origem da palavra trabalho não é nada estimuladora: Tripalium, um instrumento de tortura utilizado na época da escravidão. Com o passar do tempo, esse instrumento deu origem ao termo TRABALHO: ações humanas caracterizadas pelo desempenho de alguma atividade, seja ela remunerada ou não. O fato curioso é que o trabalho, esse que dignifica o homem, está ligado à tortura que humilha o mesmo homem. O trabalho seria então bom ou ruim; prazeroso ou tortuoso? Será ele o gerador da dignidade ou do status (erroneamente igualado à dignidade no contexto atual)?
É verdade que as pessoas que honram seu compromisso com o trabalho têm e merecem reconhecimento. Mas seria muito ingênuo dizer que elas trabalham porque isso as torna dignas, quando na realidade estão interessadas no que o trabalho pode proporcionar materialmente: STATUS. Existe um ditado que traz a seguinte afirmação: "Quanto mais se tem, mais se quer". Parece que é isso que leva muita gente a realizar este mal necessário - o trabalho. Não se trabalha porque se quer ser, mas porque se quer ter. Ter dignidade? Não! Ter um carro; uma casa; viajar e ter estabilidade. E nem sempre isso vem acompanhado pelo caráter - a essência de dignidade.
Se o trabalho dignificasse o homem, teríamos uma sociedade bem mais justa, afinal todos nós trabalhamos de alguma forma. Infelizmente a individualidade humana e o vício pelo consumo exagerado - o foco no ter ao invés do ser - mascaram o conceito de dignidade. O trabalho é necessário e poderia ser um instrumento de dignificação humana, mas assim como o tripalium, está longe de ser bom, sendo visto apenas como um mal necessário.

Caroline Fernandes Ribeiro

O próximo tema é: Os limites do riso. Beeeeeeem interessante, aguardem! 

Um comentário:

  1. Interessante tema. Gostei do texto.
    Mas transcender ao que o capitalismo impõe é bem complicado numa sociedade onde a maioria não sequer realmente entende o que lê.

    Entretanto acho essa comparação um pouco arriscada pois são duas áreas distintas: uma social (status) e outra moral (dignidade).

    Ao meu ver precisamos de uma revolução cultural para nos lembrar [a sociedade] valores. Todos eles. É uma pena que vivemos numa época onde "silêncio dos intelectuais" reina.

    Parabéns pelo blog Carol!

    ResponderExcluir