terça-feira, 13 de novembro de 2012

NÃO PRECISA SORRIR, MAS VOCÊ ESTÁ SENDO FILMADO

Polêmica nº 13
Sorria, você está sendo filmado!


Sorria, você está sendo filmado! A famosa frase que se traduz em "cuidado" ou " se comporte, pois estamos de olho em você" vem causando discussões quanto à utilização de filmagens para "proteção" de bens e pessoas. No dia a dia complicado e violento em que a humanidade está inserida, a proteção com auxílio de vídeos veio para amenizar os problemas gerados pela crescente incidência de violência - em todos os sentidos - presente por toda parte.
É verdade que ao se depararem com a placa do "sorriso amarelo", muitas pessoas se sentem incomodadas e isso influencia no agir, que passa do natural para o forçado, em alerta. Mudar o comportamento de quem está sendo filmado é, de certa forma, a proposta do sistema de câmeras - se iria roubar, não o fará mais; se iria pichar, desiste; se iria maltratar uma criança/idoso, fica receoso... e, para os outros, é só agir acima de qualquer suspeita e tudo ficará bem.
A privacidade realmente foi abalada com o uso de câmeras, mas isso ocorre em prol de algo maior, que é a segurança. Além disso, muitas pessoas vivem como se estivessem sendo vigiadas - fingem ser o que não são, pregam o que não acreditam - e tudo isso sem câmeras para registrar, o que nos leva a crer que a mudança de comportamento está atrelada em maior proporção ao caráter da pessoa, e não ao fato de ser filmado.
O uso de câmeras como proteção não fere a índole de ninguém e às vezes é preciso saber abrir mão de algo - privacidade - em favor de questões mais relevantes como a segurança. O máximo que um circuito de filmagem obriga a ser feito é agir de modo politicamente correto, nada mais.

Caroline Fernandes Ribeiro

Próximo tema: O trabalho dignifica o homem. Será?


Um comentário:

  1. Curti o texto. Principalmente a parte em que você diz que muita gente vive no automático, como se fosse vigiado 24 horas. Em relação à necessidade de renunciar uma certa dose de privacidade em prol de um bem maior - a segurança coletiva -, acho que é mais um dos tantos dilemas do século XXI. Quase todas as questões mais complexas que vivemos hoje se impõem pela necessidade de relativizar valores, balancear perdas aceitáveis e administrar interesses.

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