A arte de educar
Segundo o dicionário educar seria “despertar as aptidões naturais do indivíduo e orientá-las segundo os padrões e ideais de determinada sociedade, aprimorando-lhe as faculdades intelectuais, físicas e morais; Cultivar o espírito; Instruir, ensinar; DOMESTICAR, ADESTRAR...”.
Pois é! Em meio a tantas definições fica difícil entender a arte em questão. Creio que o verdadeiro significado esteja no coração daqueles que têm o dom de educar. Não atribuo essa arte somente aos professores – os que fazem da sala de aula um verdadeiro espetáculo traduzido em mágicas e malabares, advindos da criatividade despertada pela vontade de ensinar, transmitir, compartilhar, EDUCAR! Atribuo também aos pais que repassam valores e tradições, aos amigos que ampliam os horizontes, à política, porque não? Afinal, não haveria educação se não existisse a política, gerida para o bem e para o MAL também!
O fato é que o mundo está girando numa velocidade incrível, mas uma grande parte da sociedade está ficando para trás. Tudo começa dentro de casa, ou seria fora dela? Aliás, quem fica em casa? Pais no trabalho, e filhos, ora na escola, ora nas ruas. As famílias perderam o conceito de convívio, os pais o de educar. Seria, então, muito fácil imputar toda culpa na família, porém, analisando os fatos percebe-se que fazer isso é o mesmo que “remar contra maré”. Os pais se utilizam da ausência para alimentar seus filhos. É o fruto do trabalho, ou seria tortura? Não! É o capitalismo desenfreado mesmo.
Os professores - pais cada vez mais ausentes - não fogem dessa realidade. Verdadeiros guerreiros, que muitas vezes preenchem a lacuna familiar de seus alunos: filhos por opção e de coração. A vontade é grande e as barreiras são muitas. Como uma enorme bola de neve, os problemas só aumentam e nos atropelam sem piedade – violência, descaso...
Ao professor é passado, erroneamente, o dever e a responsabilidade de TODA educação. Passamos a ser a mãe, o pai, o político, o psicólogo, o assistente social... e lá no final: somos professores! Nossa essência se perde no momento em que não dividimos a responsabilidade e tentamos brincar de DEUS, fazendo o TODO sozinhos.
A ARTE de educar ou a CULPA por ADESTRAR é de toda sociedade. Se a mudança não ocorrer agora talvez não ocorra jamais. E como bem dizia um grande amigo meu: “A verdade é que as grandes transformações ocorridas ao longo da aventura humana pela história se iniciaram de desejos, insatisfações e projetos muitas das vezes considerados incoerentes. Quero insinuar que há sim, outras formas de viver e de pensar”. E porque não de EDUCAR?