sexta-feira, 14 de setembro de 2012

POLÍTICA DE COTAS NAS UNIVERSIDADES

Polêmica nº3
*O sistema de cotas nas universidades

      O sistema de cotas é um assunto causador de discussão quando se trata do ingresso ao ensino superior público no Brasil. As ações afirmativas (cotas) foram adotadas timidamente por algumas instituições, mas com o passar dos anos a adesão a esse tipo de sistema começou a crescer demasiadamente e, em 2013, cerca de 50% das vagas nas Universidades Federais serão destinadas aos alunos da rede pública de ensino (negros, pardos, e índios já estão inseridos nesse número). Esse tipo de ação deveria ter sido apenas uma medida provisória, mas está se tornando definitiva - reflexo da inoperância do governo em qualificar o ensino de base. O impedimento de ingresso ao ensino superior está agregado à desigualdade social que gera, por consequência, a exclusão educacional. As cotas só tendem a aumentar o transtorno.
      Existe um programa denominado "Acelera Brasil" que visa diminuir o índice de reprovação nas escolas para que os alunos estejam na série condizente com a idade. A proposta do programa é boa, mas fere a qualidade do ensino de base, uma vez que os professores são induzidos a não reprovar os alunos mesmo que eles não estejam aptos a cursar o ano seguinte. Assim, com o decorrer dos anos, a piora na qualidade do ensino superior será inevitável. Esses alunos que passaram de série apenas para maquiar as estatísticas estão preparados para receber uma educação superior? Será que serão capazes de acompanhar o ritmo de uma Universidade Pública de qualidade?
      Seria equivocado dizer que nada tem sido feito para superar tal situação. Investimentos em projetos como FUNDEB (Fundo de manutenção e desenvolvimento da educação básica) vêm como uma válvula de escape para tentar diminuir a letargia do governo em relação à qualidade do ensino. Mas daí afirmar que é o suficiente seria precipitado demais. O Brasil ainda é arcaico educacionalmente e a política de cotas só faz crescer o problema. Ao invés de se investir em qualidade, investe-se em facilidades e com isso a proposta das ações afirmativas - de garantir um ensino de qualidade para todos - vai se perdendo. Qual seria a verdadeira finalidade disso tudo?
      Poder-se-ia dizer que a política de cotas é um tema polêmico e claramente equivocado e que o governo não está preocupado com isso, porque a intenção não é educar a população com qualidade, mas adequar-se aos parâmetros mundiais com atitudes que elevem o status do país a qualquer custo. É certo que com medidas paliativas o problema  jamais será resolvido, e sim protelado. As cotas não passam de máscaras usadas para que a maioria da população seja manipulada, enganada e totalmente alienada.

Caroline F. Ribeiro

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