segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O JEITINHO SIMPÁTICO E ILÍCITO DO FAZER

Polêmica nº 08
* A cultura do jeitinho

O brasileiro é mundialmente conhecido como povo que sabe, em qualquer situação, dar um jeitinho. A alta capacidade de criação e improviso é notável nos quatro cantos do país. O jeitinho brasileiro é uma estratégia muito comentada, que é construída culturalmente para resolução de problemas. Esse mecanismo utilizado para findar determinadas questões difíceis foi a maneira que a população encontrou para viver em situações adversas, caracterizando a famosa malandragem.
Quem nunca deu um jeitinho em casa, no trabalho, na igreja ou na escola que atire a primeira pedra. O problema é que muitas vezes as atitudes de improviso viram arte de ludibriar e enganar, um vício incontrolável, que faz o indivíduo agir em benefício próprio, esquecendo a ética e os bons costumes. A sociedade é contagiada por esse jeitinho brasileiro, visando a uma forma mais fácil de conseguir resolver questões. Entretanto essa onda de jeitinhos tem tomado um rumo não muito agradável; afinal, quem dará crédito a alguém que é famoso por tentar se beneficiar pela arte do enganar, burlar ou trapacear? Mundo afora somos vistos como povo alegre, criativo... e MALANDRO! É aí que mora o perigo, pois coisas boas são esquecidas facilmente, mas as desagradáveis são perpetuadas.
A resolução criativa e inovadora de problemas se agrega a uma nova face caracterizada pelos meios ilícitos. O povo vive paradoxalmente entre orgulho e vergonha. Ao mesmo tempo em que apresenta uma habilidade refinada de criar, também se depara com a capacidade engenhosa de utilizar essa habilidade para obter benefícios pessoais corruptamente. O jeitinho brasileiro, vulgo malandragem, mostra o lado escuro de nossa criatividade e ninguém está livre disso, não tem JEITO.

Caroline Fernandes Ribeiro

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